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Stand up comedy em Salvador



Danilo Gentili na Concha Acústica do TCA em Salvador

Humor de cara limpa. Assim é conhecido o stand-up comedy (comédia em pé), gênero onde o ator é proibido de entrar em cena com qualquer cenário ou figurino. Munido apenas de microfone e um feixe de luz, o stand-up comedian faz sua apresentação satirizando temas do cotidiano, como relacionamentos amorosos e filas de banco.

O gênero surgiu nos Estados Unidos e em como maior exemplo o comediante Jerry Seinfield e sua série homônima, onde interpreta o personagem dele mesmo. A série, considerada a mais bem sucedida do gênero na história, ficou no ar de cinco de julho de 1989 a 14 de maio de 1998, no Canal Sony.

Além de Seinfield, grandes nomes da comédia americana como Jim Carrey, Woody Allen e Tom Hanks começaram suas carreiras fazendo stand-up. No Brasil, o apresentador Jô Soares e o ator Chico Anysio são ícones do gênero e fazem apresentações desde a década de 70.

A duração de uma apresentação pode ser de um minuto, como as do ator paulista Oscar Filho, ou mais de um dia, como as do mineiro Bruno Motta, que passou 36 horas e 12 minutos se apresentando num teatro de Belo Horizonte, para um público de cinco mil pessoas e garantiu seu espaço no Guiness Book.

No cenário baiano, o destaque é para o grupo H.I.E.N.A.S. (Humor, Inteligência, Elegância, Nonsense, Amizade e Sacanagem), composto pelos atores Talis Castro e Karla Koimbra, o grupo surgiu em abril de 2008 e se apresenta pelos teatros e casas de show de Salvador. O grupo é o primeiro Clube de Comédia da Bahia e pretende levar suas apresentações a palcos alternativos, fora dos locais tradicionais.

Talis Castro conta que começou a se apresentar sem saber exatamente do que se tratava esse estilo de comédia; foi convidado e aceitou. “Caí de pára quedas”, brinca. Ainda segundo ele, no Stand-up, “o artista tem que dar a cara a tapa, e expor suas idéias, sem nenhuma “bengala” teatral, só se fazendo valer das técnicas específicas dessa arte de fazer rir”, comenta.

A diretora de teatro Teresa Costa Lima acha que essa explosão do Stand-up comedy em Salvador se trata de uma moda. “Em outros lugares existe uma cena de comediantes, contadores de piadas. Em Salvador está acontecendo uma moda que pode ser passageira até uma nova aparecer.”, polemiza.

Teresa comenta ainda sobre as diferenças entre o stand-up e a tradicional comédia teatral: “o que é bem diferente é a estrutura dramática. O texto teatral traz uma trama e personagens definidos. O comediante do stand-up, se apresenta como “ele mesmo” ou como um personagem criado para defender o texto”, explica.
O editor de imagens Diogo Amorim, conta que sua admiração pelo stand-up começou na infância. “Em O Professor Aloprado, há uma cena em que o personagem de Eddie Murphy participa de um open mic e arranca risos da platéia.”, lembra Amorim.

Diogo diz ainda que vê um problema cultural crônico em Salvador: “O Olodum faz sucesso por aqui. A Bofetada faz sucesso há mais de 20 anos. Mas quando o movimento vem de fora, por algum motivo ele não costuma emplacar logo de cara.” Comenta.

Talis Castro compartilha da mesma opinião: “percebemos que a Bahia e Salvador ainda não se encantaram com as possibilidades que o humor de cara limpa nos traz.” Ano que vem o grupo H.I.E.N.A.S. entrará numa nova temporada para tentar conquistar de vez o público soteropolitano. “Continuarei lutando para que este estilo de humor, uma arte, consiga co-existir junto aos diversos produtos culturais existentes na Bahia.” Finaliza. É esperar pra ver. De cara limpa e peito aberto.

Por Leila Pereira

Leonardo Martins

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