"Porém, é quando conquista-se um Estado de uma Nação de língua, costumes e governos diferentes que surgem as dificuldades e que deve-se contar com muita sorte (fortuna) e possuir grande talento para conservá-lo". Maquiavel com certeza foi muito feliz quando escreveu o "Príncipe", disso ninguém tem dúvidas. O que eu particularmente não podia imaginar é que certas palavras perdurariam pela eternidade e que ainda se concretizam em diversos contextos e épocas.
Há quem acredite que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas quando se fala de política e politicagem, não se pode pensar assim. Alguns raios e trovões passam anos caindo nos mesmos cargos, nas mesmas cidades, estados e até no país. Outros, que vêm como relâmpagos criticam sempre o que se têm no momento e quando chegam ao lugar tão almejado acabam por repetir os mesmos erros, por vezes ainda piores.
Tenho analisado as propagandas políticas, prestando bastante atenção nas propostas e atitudes de cada candidato. Nas últimas semanas tive a oportunidade de ver de perto cada candidato ao governo do estado e creiam, é bem diferente do que se vê na televisão ou se ouve no rádio. Os bastidores são a melhor parte. Cada expressão, cada fala, cada cochicho ou insatisfação, dá para saber de tudo e entender o funcionamento disso que chamamos de política.
É interessante ver algumas estratégicas políticas se repetirem quando se criticava tanto. O outro, que tem a herança maldita como um carma, acaba sendo condenado pela maioria do povo, mesmo adotando uma postura mais comedida. Existem ainda aqueles que se aliam aos inimigos do passado, e hoje, juram que não condenaram as atitudes do mesmo, ou ainda, que está fazendo isso pelo povo. Mas, se antes não servia, como agora pode ser melhor como vice-governado, por exemplo?
Após as eleições, quando se chega ao governo, o que se vê são os mesmos erros sendo repetidos. Escândalos em órgãos do governo a todo dia são expostos na mídia. Vemos politicagem ao invés de políticas públicas. O governo deveria ser para o povo e não para os governantes. Há mais dinheiro público desviado do que aplicado em medidas que melhorem a situação de milhares de brasileiros que passam fome todos os dias.
Gasta-se mais dinheiro com presos do que com as crianças que têm pouca infraestrutura nas escolas. Elas leem menos do que deveriam, enquanto pessoas que foram condenadas pela justiça e também pela sociedade, usufruem de comida, moradia e até mesmo têm acesso a algum curso de capacitação para ser redimido. Precisamos de um sistema preventivo e não um "curativo".
Antes de tudo, os políticos e também a população precisam compreender que o governo é do povo, eles não estão fazendo um favor, eles estão empregados porque nós quisemos, eles estão recebendo (às vezes até mais do que o necessário) para estarem em suas funções, então precisam fazer um bom governo.
Governar para o povo não é utilizar o dinheiro público apenas. É saber como administrá-lo, planejar estratégias de governo em que não haja corrupção. Cumprir o que diz a melhor Constituição do mundo. Dar dinheiro a quem não tem nada é uma boa estratégia para ganhar o povo e ser o "Pai dos pobres 2", mas não resolve. Educação resolve. Formação acadêmica e educação doméstica. É disso que o país precisa. E não de alguém que prometa dar a 13ª Bolsa Família.
Por Amanda Palma
Por Amanda Palma